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FACEBOOK: VOLNEI CARLOS CHAPECÓ
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(Matéria publicada no JORNAL DIÁRIO CATARINENSE - Dia 19.01.2013 pg. 10)
Vereadores eleitos ou secretários municipais?
A escolha de alguns secretários
surpreendeu os eleitores. A maioria dos prefeitos transformou vereadores eleitos
em secretários municipais. Alterou-se, assim, o resultado das urnas. O desejo dos
eleitores foi desrespeitado e os vereadores nomeados não serão legisladores.
Será que os eleitores compreendem e concordam com isso?
Os eleitores estão acostumados
com eleições municipais acirradas. O voto para vereador é disputado com muito
empenho e dedicação. Às vezes um único voto determina quem ocupará a vaga. No
entanto, a manobra de escolher secretários dentre os vereadores eleitos inverte
a dita “soberania das urnas”.
Stuart Mill preocupava-se com a
“tirania da maioria”, em seu livro Ensaio
sobre a Liberdade, contra as minorias indefesas. Nem imaginava ele que
poderia existir o “poder das minorias”, representada na escolha de uma pessoa:
o prefeito. Esta escolha é capaz de neutralizar o voto da totalidade dos
eleitores. A lei, porém, autoriza tal expediente. Os prefeitos poderiam,
inclusive, indicar todos os vereadores eleitos como secretários!!!
Em 2012 discutiu-se o voto
limpo, o voto consciente, a importância do voto etc. Qual deve ser a reação do
eleitor que escolheu o candidato que julgou ser o melhor “legislador” e agora,
mesmo vitorioso, fica sabendo que o vereador será aquele que não foi eleito?
Será que o eleitor deve, além de estar consciente, ser um vidente? Não há
registro de candidato que tenha prometido, durante a campanha, que não assumiria
o cargo caso fosse eleito.
É chegada a hora de rediscutir
este modelo. Há propostas de emenda à Constituição Federal que preveem que o
legislador que abandona o cargo deve renunciar ao mesmo. A justificativa está
na segurança da ordem jurídica. O legislador foi eleito para um fim específico.
Se não tiver mais interesse deve, pelo menos, renunciar. Por outro lado, o fim
das reeleições também seria um caminho para evitar estas manobras. Afinal,
somos quase 200 milhões de brasileiros e ainda necessitamos reeleger políticos?
Enquanto a mudança da lei não vem, só há uma fórmula para decretar o fim das
reeleições: não votar nos mesmos!
Volnei Carlos Schwaikartt
Facebook: Volnei Carlos Chapecó
Pós-Graduado em Gestão em Segurança
Pública
Professor do Curso de Direito da Celer
Faculdades
Graduando em Administração Pública pela
UFSC
Agente de Polícia Federal em Chapecó - SC