terça-feira, 6 de setembro de 2011

A Independência do Brasil que ainda não aconteceu

“Independência ou morte!”, dizem que Dom Pedro gritou às margens do Rio Ipiranga, em 1822. Mas independência de quem? Independência do quê? De Portugal ou dos portugueses?


Foi uma independência cômoda, sem orgulho e solitária, pois Dom Pedro preferiu ser o primeiro no Brasil e não o quinto na linha de sucessão de Portugal, caso retornasse.


Declarou a liberdade no país da escravidão. Mas não a dos negros escravos. O povo não participou da transformação. Nossos antepassados, na maioria europeia, não lutaram pela liberdade, pois não haviam nem chegado a este chão. Os alemães só chegaram em 1824, os italianos em 1874, assim também os poloneses, japoneses, ucranianos, dentre outros.O que forjou a independência dos outros povos da América foi a luta, a participação popular, a causa comum; e assim se fez a história deles.


Já a independência brasileira é feita de fatos e contos. E, é por isso que o Brasil ainda clama por independência, mas independência do seu povo em relação aos comandantes de má índole.


Festejamos o Brasil, mas queremos o Brasil dos Brasileiros. Festejamos a liberdade, mas não aceitamos mordaças. Queremos paz, mas não fugimos à luta. Queremos progresso, mas não a dos “ladrões-governantes”. Queremos respeito, mas não somos tolos. Queremos ordem, lei e direitos iguais.


A independência só vem com a justiça que não deve tardar. E a justiça só existe para homens livres. Livres na voz, livre nos ideais, livre nos sonhos de uma vida melhor. Quero ver o BRASIL livre e independente. Queremos a independência do verdadeiro Brasil. Mas qual Brasil? Quem é o Brasil? Do Brasil e dos brasileiros que somos e temos orgulho de sê-lo.


Do Brasil descrito por Ruy Barbosa num momento de indignação, mas de esperança. Um Brasil descrito com a exclusão daqueles que não merecem ser brasileiros:


“O Brasil não são as sanguessugas do parlamento;
Não são os comensais do erário;
Não são as ratazanas do Tesouro;
Não são os ministros de tarracha;
Não são os Presidentes de palha;
O Brasil que quero ver livre são os Senhores e Senhoras:
Porque o Brasil sois vós;
Esta imensa Assembléia de almas livres;
É o Brasil quem não adula;
É o Brasil que não se curva;
É o Brasil que não se vende.”


O povo brasileiro deve festejar a Independência do Brasil mesmo diante das notícias de escândalos, de denúncias de corrupção, de malversação de dinheiro público. O Brasil merece uma faxina sim, mas aquela realizada pelas pessoas de bem, de caráter e de princípios valorosos contra as pessoas de má índole que, às vezes, infelizmente, detém poder e comandam os destinos de um povo. Viva o Brasil! Vivam os brasileiros que ainda não perderam as esperanças.


Volnei Carlos Schwaikartt


www.volneicarlos.blogspot.com
volnei.chapeco@gmail.com


Formado em Direito pela Universidade Federal de Santa Maria/RS.
Pós-Graduado pela Universidade Cândido Mendes/RJ.
Graduando de Administração Pública pela UFSC.
Agente de Policial Federal em Chapecó/SC